OITO DICAS PARA PRODUZIR UM BOM TEXTO
Muitos
são os que procuram hoje em dia melhorar a maneira como escrevem.
Procuram ser mais expressivos, mais corretos no uso da norma
culta, mais críticos diante de um determinado assunto. Certo é
que escrever textos dissertativos eficientemente não é um
trabalho hercúleo. Por isso, passo a apresentar alguns pontos que considero
importantes para a tessitura de um bom texto dissertativo:
1. Abasteça-se
de informações. Começo este tópico com a velha ideia de que escreve
bem que lê muito. Nem comentarei a afirmação, mas conhecer o assunto sobre
o qual se escreverá ajuda demais na escolha de boas ideias e no rumo que a
argumentação irá tomar. Mais que isso, sempre afirmo que a pessoa que lê muito
conhece melhor as estruturas da língua portuguesa e pode "brincar"
com isso.
2. Crie
o hábito de fazer resumos - Concisão é uma qualidade que poucos têm.
Não é defeito ser prolixo quando a situação exige isso, mas num texto em que
você deverá defender um posicionamento em 30 linhas, é melhor acostumar-se a
falar muito em poucas palavras. Além disso, é uma ótima maneira de entender os enunciados dos
exercícios.
3. Tenha
um "equipamento de primeiros socorros". Dicionário (ainda
que seja online), gramáticas, livros sobre erros de Língua
Portuguesa. Na verdade, se você escreve no computador, não tem desculpa, pois
até sites que corrigem seu texto
segundo a nova ortografia já
existem.
4. Escreva! Escreva diariamente. Vejo
amigos "se obrigando" a escrever diariamente em seus blogs. Não estou
nesse pé, mas considero importante que exercícios de escrita sejam feitos
constantemente. Vale lembrar que o aluno vestibulando não tem tempo a perder.
No caso dele, a relação entre inspiração e produção é sempre vista sob a ótica
do tempo que dispõe para terminar a prova.
5. Enriqueça
seu repertório vocabular. Não adianta. Não falo com meus alunos como
se estivesse na alfabetização. Palavras como corroborar, beócio, vilipendiado,
depauperado e outras fazem parte de minhas aulas. Gosto da alegria deles ao
aprender uma nova palavra como "beócio". Na hora dizem que chegarão
em casa e usarão na conversa com os pais. Sempre aviso, no entanto, que não
devem dizer que eu ensinei. Brincadeiras à parte, devemos nos envolver em situações
que exijam um vocabulário mais refinado. Não falo em soltar uma mesóclise numa
conversa informal. Tudo tem sua hora e lugar.
6. Seja
zeloso com a estética da redação. Evite a rasura, se acontecer use o
seguinte procedimento:"... (acessor) assessor..." Desenvolva a boa
caligrafia (redundante, né?). Use a linha toda e reveja como se faz separação
silábica pra não ficar um espaço enorme no final de cada linha.
7.
Quando possível, evite o uso das primeiras pessoas do discurso (eu,
nós). Há casos especiais para elas. Usar a terceira pessoa dá a ideia de
imparcialidade, ainda que falsa, na abordagem que se fará do tema proposto.
8. Treine as estruturas e os recursos que aprender: Falei anteriormente que a pessoa que lê muito conhece melhor as maneiras como a língua pode se revelar. "Escrever é a arte de catar feijão, limpar,", dizia o escritor João Cabral de Melo Neto, então não seja prolixo, hermético, o simples diz tudo.
Há de se considerar que as dicas dadas levam em consideração o contexto de produção. Falo neste post para quem se preocupa com o bom uso da Língua Portuguesa em sua forma culta. Não se trata de preciosismo, mas de preparar-se para situações que exijam muito mais que o "nóis vai, nóis fumo".
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