Crônica: Quantas Fraquezas!
Autora: Romi Mari
Não conheço
as histórias de sua infância, adolescência, e juventude, dores e repulsas.
Não sou a
caixa-preta, que guarda com segurança,
seu diário, seu esconderijo, este baú é seu, e só a ti pertence.
Posso
errar minha caligrafia, posso escrever minha biografia, listar o meus medos,
minhas angustia e temores e contá-los todos ao pai celestial que você chama de
“braço ou Perna” que só eu tenho certeza, quando faço minha oração, de ser
ouvida, tanto quanto me recordo das lições da minha cartilha escolar da 4ª série, recordá-la da
capa de bichinhos coloridos da cartilha Alegria de Saber.
Você não
escondeu nada, suas loucuras, idiotices, todas expôs, nenhuma pergunta e tantas
respostas. Nenhuma chave para a minha curiosidade.
Nunca se
revelou tanto para outra pessoa. Expôs a quem nada pediu, xingou, a quem não
conheceu, tais gafes e tais covardias permitidas à adolescentes inexperientes,
destinado à estudantes sentados diante de mim no cotidiano escolar.
Confidenciou-me
a rejeição amorosa, o rancor profissional, o abandono de Deus nas horas de
solidão, aquilo que seu pai proferiu e que o magoou fundo, aquilo que sua mãe
omitiu e lembras a dor que feriu fundo na alma.
Não tem
vacina contra mim! Recuou! Baixou a Guarda! Depôs a mínima resistência! E disse
Eu Venci:
Escolheu-me?
Para confidenciar tuas fraquezas, é porque
viu algo que devo ter o dobro de tato, para falar contigo, o triplo de
responsabilidade. Qualquer um conta com o direito de falhar, qualquer um
desfruta da possibilidade de errar, menos eu. Sou o que realmente estudou seus
pontos fracos e o lugar de suas veias.
Perdi a
desculpa do incidente, a vantagem do lapso.
Sou a
mais perigosa, portanto tenho a obrigação de defender-me, sim, mas antes de
tudo, de tudo o que ouvi “li” a seu respeito não posso empregar para agredi-lo.
Afinal, me tornaria semelhante, Cada desabafo que me confiou não serve para
nada, a não ser para perdoá-lo.
A
amizade, não tem finalidade doméstica, nem serventia para fofoca, é uma amnésia
alegre: escuto, sorrio e consolo.
Não ouso
soprar verdades, não sou dona da verdade, meu coração, é arquivo protegido.
Quem ama
mergulha em hipnose regressiva, firmamos um código de quietude e cumplicidade,
de zelo e compromisso.
Intimidade
é um conteúdo perigoso, tóxico, explosivo. Por isso mantenho distância, Há
amizades que esquecem que estão levando a valiosa carga e transformam a catarse
em tortura psicológica, em chantagem emocional, em sequestro emocional, este
não permito.
Suas
confidências morrem comigo ou eu vou morrer nelas. Não podem retornar numa
briga.Porque agora sim, estás bloqueado no face. Que eu morda a língua, queime
a boca, mas não use jamais seus segredos. Aquilo que você me disse não é para
ser devolvido. Todo o segredo é um sino sem pêndulo.
Não
importa o que faça ou as razões da raiva, é covardia distorcer suas palavras.
By
- Profª Romi Mari
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