sábado, 15 de novembro de 2014

Crônica: Quantas Fraquezas




 Crônica: Quantas Fraquezas!
Autora: Romi Mari

Não conheço as histórias de sua infância, adolescência, e juventude, dores e repulsas.

Não sou a  caixa-preta, que guarda com segurança, seu diário, seu esconderijo, este baú é seu, e só a ti pertence.

Posso errar minha caligrafia, posso escrever minha biografia, listar o meus medos, minhas angustia e temores e contá-los todos ao pai celestial que você chama de “braço ou Perna” que só eu tenho certeza, quando faço minha oração, de ser ouvida, tanto quanto me recordo das lições da minha  cartilha escolar da 4ª série, recordá-la da capa de bichinhos coloridos da cartilha Alegria de Saber.

Você não escondeu nada, suas loucuras, idiotices, todas expôs, nenhuma pergunta e tantas respostas. Nenhuma chave para a minha curiosidade.

Nunca se revelou tanto para outra pessoa. Expôs a quem nada pediu, xingou, a quem não conheceu, tais gafes e tais covardias permitidas à adolescentes inexperientes, destinado à estudantes sentados diante de mim no cotidiano escolar.

Confidenciou-me a rejeição amorosa, o rancor profissional, o abandono de Deus nas horas de solidão, aquilo que seu pai proferiu e que o magoou fundo, aquilo que sua mãe omitiu e lembras a dor que feriu fundo na alma.

Não tem vacina contra mim! Recuou! Baixou a Guarda! Depôs a mínima resistência! E disse Eu Venci:

Escolheu-me? Para confidenciar tuas fraquezas, é porque  viu algo que devo ter o dobro de tato, para falar contigo, o triplo de responsabilidade. Qualquer um conta com o direito de falhar, qualquer um desfruta da possibilidade de errar, menos eu. Sou o que realmente estudou seus pontos fracos e o lugar de suas veias.

Perdi a desculpa do incidente, a vantagem do lapso.

Sou a mais perigosa, portanto tenho a obrigação de defender-me, sim, mas antes de tudo, de tudo o que ouvi “li” a seu respeito não posso empregar para agredi-lo. Afinal, me tornaria semelhante, Cada desabafo que me confiou não serve para nada, a não ser para perdoá-lo.

A amizade, não tem finalidade doméstica, nem serventia para fofoca, é uma amnésia alegre: escuto, sorrio e consolo.

Não ouso soprar verdades, não sou dona da verdade, meu coração, é arquivo protegido.

Quem ama mergulha em hipnose regressiva, firmamos um código de quietude e cumplicidade, de zelo e compromisso.

Intimidade é um conteúdo perigoso, tóxico, explosivo. Por isso mantenho distância, Há amizades que esquecem que estão levando a valiosa carga e transformam a catarse em tortura psicológica, em chantagem emocional, em sequestro emocional, este não permito.

Suas confidências morrem comigo ou eu vou morrer nelas. Não podem retornar numa briga.Porque agora sim, estás bloqueado no face. Que eu morda a língua, queime a boca, mas não use jamais seus segredos. Aquilo que você me disse não é para ser devolvido. Todo o segredo é um sino sem pêndulo.

Não importa o que faça ou as razões da raiva, é covardia distorcer suas palavras.

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  • Profª Romi Mari 

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